Pobreza

Dez das 20 cidades brasileiras com pior entrega de saúde, educação e saneamento estão no Pará, segundo a Folha

Bagre, Muaná, Cachoeira do Arari, Afuá, Portel, Rurópolis, Alenquer, Anajás, Curralinho e Limoeiro do Ajuru integram as últimas posições de índice que avalia todos os municípios do Brasil

03/09/2024 23:02
Dez das 20 cidades brasileiras com pior entrega de saúde, educação e saneamento estão no Pará, segundo a Folha

São Paulo, SP, e Belém, PA - Dez das 20 cidades que ocupam o último lugar no Ranking de Eficiência dos Municípios - Folha estão no Pará. O estudo cruza dados de todas as cidades do Brasil para mostrar quais as prefeituras que entregam mais saúde, educação e saneamento à população usando menor volume de recursos.


A cidade de Botucatu, no interior de São Paulo, com 145,1 mil habitantes e a 272 km da capital, é a primeira colocada no Ranking. Em oito anos, a cidade abriu mais cinco Unidades de Atenção Básica), chegando a 23, e está em fase de conclusão de um hospital para realizar cirurgias eletivas, com 57 leitos.


Na outra ponta


No outro extremo está Bagre, no Marajó, cujo prefeito, Cledson Rodrigues, o Gordo, foi condenado neste ano por improbidade administrativa e, em 2020, chegou a ser preso por crime de fraude em licitação pública.


A reportagem da Folha tentou, durante três semanas, contato com a prefeitura de Bagre. O telefone geral no site não completa chamadas, a página de telefones úteis está em branco e os das secretarias de Administração e Geral de Governo caem numa caixa postal.


Ninguém retornou aos pedidos de entrevista. A reportagem enviou emails para o endereço geral da prefeitura e para a responsável pela secretaria Geral de Governo, Telma Sena, que também não respondeu.


Além de Bagre, Muaná, Cachoeira do Arari, Afuá, Portel, Rurópolis e Alenquer estão entre as dez piores cidades avaliadas pelo Ranking de Eficiência dos Municípios - Folha. Quando analisados os 20 municípios com piores indicadores, entram no grupo os municípios de Anajás, Curralinho e Limoeiro do Ajuru. 


Pobreza extrema


O arquipélago do Marajó tem 17 cidades e índices elevados de pobreza, insegurança alimentar, desigualdade e desassistência, especialmente na porção ocidental, onde a maioria das famílias vive em comunidades ribeirinhas acessadas apenas por água, dispostas em rios que entrecortam a região. Muitas comunidades estão a horas das cidades, sem acesso a serviços básicos.


estão lista de piores na mesorregião. Bagre está próxima a Breves, a maior cidade da região, e são frequentes os casos de insegurança alimentar e fome em comunidades ou casas isoladas na beira dos rios.


Também são recorrentes casos de violência obstétrica, em que mulheres, na hora do parto, encontram dificuldades para acessar assistência em saúde, em razão do isolamento e da falta de hospitais equipados nos núcleos urbanos.


Bagre tem 31,8 mil habitantes, sendo que mais da metade está em área rural, em comunidades ribeirinhas. A maior parte das famílias é pobre ou extremamente pobre e recebe o Bolsa Família. Dados do IBGE mostram que somente 2,9% dos moradores da região têm acesso a esgotamento sanitário adequado.


Foto: Ascom/PMB

(Com a Folha)

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